Kazuo Okubo

Portfólio

De Todas as Formas

O caminho de Kazuo pela fotografia começou com retratos de casamentos e festas de aniversário. Logo, descobriu a publicidade e nela está há 15 anos. Técnica primorosa, luz perfeita, modelos hegemônicos de beleza. Essa é sua formação como fotógrafo. Porém, em sua busca por uma nova linguagem, Kazuo surpreende com um olhar muito pessoal sobre a nudez. Mantendo o trabalho de pesquisa pelo cenário ideal e a luz adequada para cada situação.

Em De todas as formas, Kazuo afirma que existem corpos, no plural. E faz da pluralidade seu aspecto de beleza. Valoriza aquilo que está inscrito nesses corpos, suas características pessoais, marcas, volumes, texturas, rastros e tudo mais que servir para contar uma história. O corpo como registro de vivência. Este é o sentido do Nu: a afirmação do corpo em todas as suas potencialidades.

“A língua inglesa permite estabelecer a distinção entre naked e nude. To be naked (estar despido) é empregado no sentido de “estar desprovido de roupa”. É a palavra aplicada à idéia de um certo embaraço, à vergonha que a maior parte das pessoas sente nessa situação. Ao contrário, a palavra nude (nu) não contém em si, na aplicação culta, qualquer idéia de desconforto ou falta de pudor. A vaga imagem que ela projeta não é a de um corpo em situação pouco normal e indefinidamente desprotegido, mas sim a do corpo equilibrado, pujante e consciente da sua própria razão de ser: o corpo recriado”.

A fantasia é parte integrante do trabalho de Kazuo. Tanto a publicidade quanto as festas de aniversários e casamentos são concretizações de sonhos. Nesta exposição, os corpos estão sempre inseridos em situações inusitadas: restaurantes, lojas, no meio do cerrado, em paisagens urbanas de Brasília. E mesmo quando em estúdio, os modelos e a luz fantasiam os personagens.

Tradutor, yogue, estudante, body piercer, músico, diretor de arte, empregada doméstica, professor, secretária, artista de circo, atriz, produtora, empresário, garçom segurança. Pessoas das mais diversas ocupações que atenderam às suas vontades de nudez e aceitaram o convite do fotógrafo para uma experiência única. Luzes controladas e naturais. Espaços internos e externos. Todos esses dados indicam o sentido deste trabalho. O sentido do olhar de Kazuo Okubo. A diversidade como forma de perceber o mundo. E como resultado, uma exposição devidamente intitulada De todas as formas.

Paulo Faria